![]() |
A abertura do Sínodo dos bispos sobre a Nova Evangelização, aconteceu no
dia 7 de outubro, na Praça de São Pedro, presidida pelo Papa Bento XVI, com
mais de 250 bispos. Os trabalhos do Sínodo dos Bispos prosseguem até o próximo
dia 28 de outubro. Os participantes do Brasil são: Cardeal Dom Odilo Scherer,
Dom Geraldo Lyrio, Som Sergio da Rocha e Dom Leonardo Steiner, eleitos pela
assembleia da CNBB, e Dom Benedito Beni dos Santos, nomeado pelo Papa.
Matrimônio: a Boa Nova para o Mundo
As presidir a missa de abertura do
Sínodo sobre a Nova Evangelização, no Vaticano, o Papa Bento XVI reafirmou que
“o matrimônio se constitui, em si mesmo, um Evangelho, uma Boa Nova para o
mundo de hoje, em particular para o mundo descristianizado”.
Com esta solene concelebração –
disse o Papa na sua homilia – inauguramos a 13ª Assembleia Geral Ordinária do
Sínodo dos Bispos, que tem como tema: A Nova Evangelização para a transmissão
da fé cristã.
Esta temática, disse o Papa,
“responde a uma orientação programática para a vida da Igreja, de todos os seus
membros, das famílias, comunidades, e das suas instituições. Tal perspectiva se
reforça pela coincidência com o Ano da Fé e pelo 50º aniversário da abertura do
Concílio Ecumênico Vaticano II”.
“A assembleia sinodal é dedicada a
Nova Evangelização, para ajudar as pessoas a terem um novo encontro com o
Senhor, o único que dá sentido profundo e paz para a existência; para favorecer
a redescoberta da fé, a fonte de graça que traz alegria e esperança na vida
pessoal, familiar e social. Esta orientação particular não deve diminuir nem o
impulso missionário, em sentido próprio, nem as atividades ordinárias de
evangelização nas nossas comunidades cristãs.”
Na reflexão do Evangelho, o Papa
destacou o valor do matrimônio, lembrando que a Palavra de Deus era um convite
para tornar mais consciente uma realidade já conhecida, mas talvez não
totalmente apreciada. Não é uma coincidência, acrescentou o Papa. O matrimônio
está ligado à fé, não num sentido genérico. “O matrimônio se fundamenta,
enquanto união do amor fiel e indissolúvel, na graça que vem do Deus Uno e
Trino, que em Cristo nos amou com um amor fiel até a Cruz.”
A chamada universal à santidade –
disse Bento XVI – é uma das ideias chave do renovado impulso que o Concílio
Vaticano II deu à evangelização que, como tal, aplica-se a todos os cristãos.
Os santos são os verdadeiros protagonistas da evangelização em todas as suas
expressões.
O Papa concluiu lembrando a proclamação
da Santa medieval alemã, Hildegarda de Bingen, como Doutores da Igreja.
Modo de viver e testemunhar a fé
Na programação, o Sínodo fez também
uma autocrítica e pediu um exame de consciência sobre o modo de viver e
testemunhar a fé: o risco de burocratizar a vida sacramental e poder levar à
perda de credibilidade e isso significa esquecer que para evangelizar é preciso
ser evangelizado.
Foi destacado o forte chamado também
ao Sacramento da Penitência, quase desaparecido em algumas regiões do mundo, e
definido, ao invés, como o Sacramento da Nova Evangelização.
Foi também central o apelo a uma
nova humildade da Igreja, de modo a não fechar-se em debates intra-eclesiais,
mas saiba propor o Evangelho com humildade, na ótica de uma nova caridade.
Foi destacada a importância de
evitar a repetição de escândalos na vida sacerdotal e de se responder à
emergência educacional porque – foi frisado – não se pode evangelizar bem se
não se educa bem e vice-versa.
Talvez – pergunta-se o Sínodo – a
“pedra angular” da Nova Evangelização esteja justamente no passar de uma
pastoral passiva e de mera conservação a uma pastoral intrépida, de missão
permanente, que veja sacerdotes testemunhar a Boa Nova com entusiasmo.
Algumas reflexões dos padres
sinodais auspiciam uma consagração de mundo ao Espírito Santo, olhando para
Maria como primeiro exemplo de mulher leiga evangelizadora, e para o diálogo
entre a beleza da arte e da fé como instrumento de Nova Evangelização.
Nos pronunciamentos da presença da
Igreja nos continentes, o denominador comum foi o desafio da globalização que
tende a transformar as culturas locais, desagregando os seus valores
tradicionais como a família.
Especificamente, para a Igreja na
América Latina, unir a Nova Evangelização com a Missão Continental e, ao mesmo
tempo, fazer um exame de consciência sobre o modo de viver a fé, apostando na
família como Igreja doméstica e envolvendo os leigos, definidos como os
principais protagonistas da Nova Evangelização.
No geral, o grande auspício comum
dos relatórios é que se prossiga o caminho iniciado com coragem e otimismo,
mostrando respeito por quem ainda não recebeu o dom da fé e fazendo de modo que
a Nova Evangelização não seja somente um slogan.
Carlos Moioli
Nenhum comentário:
Postar um comentário