Aproximadamente 230 casais
terão a oportunidade de dizerem o ‘sim’ em um casamento celebrado pelo
arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, no dia 5 de dezembro, na
Catedral Metropolitana. É a primeira vez que acontece um casamento comunitário em
nível arquidiocesano no Rio e com um grupo tão grande de casais. A média em
geral é de até 40.
O projeto, chamado
"Dia do Sim", faz parte de uma parceria da Arquidiocese do Rio com o
Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e a Associação dos
Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj). O objetivo é regularizar, de
forma gratuita, a situação civil e religiosa de casais que já vivem juntos.
Segundo a
coordenadora da ação, juíza Raquel de Oliveira, da 6ª Vara Cível do Fórum de
Jacarepaguá, o intuito é dar continuidade à parceria com a arquidiocese e
promover mais casamentos comunitários abrangendo as duas instâncias. Foi ela
quem, em nome do TJ-RJ, procurou o bispo auxiliar Dom Paulo Cezar Costa para
propor o projeto. Apesar de o Tribunal já fazer o casamento civil, percebeu-se
que muitas pessoas tinham o sonho de se casar na Igreja.
"É uma forma de
proporcionar às pessoas a plena cidadania. A demanda é grande, e queremos
ajudá-las. É uma dívida do Estado e da Igreja para com elas", afirmou a
juíza.
Para o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio
Dom Paulo Cezar Costa, que organiza a parte religiosa, esta ação fortalece a
instituição familiar em uma sociedade que passa por uma crise de valores.
"Uma união sem o
matrimônio civil e religioso forma um laço frágil entre um homem e uma mulher.
Quando essa união tem uma legalidade diante da lei e é um sacramento diante de
Deus, ela se torna mais consistente para os cônjuges e para os filhos. A
família é uma instituição fundamental para a sociedade", comentou o bispo.
Preparação
Ao longo deste ano,
cerca de 40 juízes atenderam aos casais para a conversão da união estável em
casamento civil. Nesse processo, é garantido aos cônjuges que a data oficial do
casório, impressa na certidão, seja a mesma do início da convivência. A
certidão será entregue no dia do matrimônio religioso.
“Com esse casamento,
a Igreja favorece o amor do casal, a importância da família e a vivência da fé
em todas as dimensões, principalmente na dimensão conjugal. Eu tenho encontrado,
nas entrevistas que tenho feito, casais de fé que não se casaram principalmente
por dois motivos: quando jovens não podiam pagar e agora têm vergonha de contar
ao pároco que não são casados. Para se ter uma ideia, o casal mais velho que
temos é de um senhor de 84 anos com uma senhora de 64” , afirmou o coordenador
arquidiocesano de pastoral, monsenhor Joel Portella Amado, um dos
organizadores. “A maioria das pessoas tem o sonho do casamento religioso. E
para muitas esse sonho é bloqueado porque eles acham que casar na Igreja é
caro. O que não é uma realidade”, concluiu.
No dia 14 de
novembro, houve um encontro de preparação para que os casais pudessem entender
a dinâmica do casamento comunitário, que é diferente de quando é feita com apenas
um casal. Nesse dia haverá grupo de oração para preparo espiritual e um bazar:
uma sala com todos os tipos de itens de vestuário utilizados em casamentos,
alguns doados e outros que serão vendidos por lojas parceiras a um preço mais
acessível.
Segundo monsenhor Joel, igrejas do Brasil
inteiro estão sendo mobilizadas para o envio dos documentos necessários. E
algumas das pessoas ainda não se casaram porque são imigrantes.
“São tantas histórias
bonitas que ouvimos nas entrevistas que às vezes dá vontade de ficar só
contemplando a história. E é um trabalho interessante porque estamos
mobilizando muita gente por um único objetivo: facilitar essas uniões”, pontuou
o sacerdote.
Fonte: Jornal Testemunho de Fé, pág. 7
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