Grinaldas, vestidos, gravatas, ternos,
alianças e um único desejo: selar o compromisso entre marido e mulher diante de
Deus e dos homens. Foi com esse sentimento que 350 casais, junto a familiares e
amigos, estiveram na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro da
cidade, para a terceira edição do “Dia do Sim”, presidida pelo Cardeal Orani
João Tempesta, na tarde do dia 2 de setembro.
O casamento comunitário é realizado na
Arquidiocese do Rio desde 2015, quando 192 casais uniram-se em matrimônio. Na
segunda edição, em 2016, o número caiu para 28, uma vez que muitas paróquias,
estimuladas pela celebração anterior, também promoveram as cerimônias em
conjunto no decorrer do ano.
Como a arquidiocese vivencia, em 2017, o Ano
da Família, foi pedido para que as paróquias encaminhassem os casais que
desejavam participar do casamento comunitário para a Igreja Mãe, a Catedral.
Dessa forma, os 350 casais oriundos dos mais diversos vicariatos e, até mesmo,
de dioceses vizinhas puderam receber a bênção matrimonial e, juntos, ouviram a
frase: “Eu vos declaro marido e mulher”.
Amor: o centro da vida
conjugal e familiar
Na homilia, Dom Orani destacou que os casais
são um sinal do amor de Deus para a sociedade. “Sintam-se motivados a viver,
com muita alegria, a vida matrimonial e familiar. Diante de um momento em que
muitos desvalorizam a família, vocês são um sinal do seio familiar e do
matrimônio cristão, que passa a ser um prenúncio do amor de Cristo pela Igreja
e pela Humanidade. Portanto, o casal também possui uma missão no mundo, a
partir da fidelidade, do perdão e da reconciliação um com o outro”, comentou.
Dom Orani também afirmou que a celebração é
uma resposta à sociedade que vivencia tantos problemas. “Hoje, damos uma
resposta para a sociedade violenta, carente, repleta de vingança e ódio. Na
vida de uma família, as pessoas que experimentam o amor de Deus e se aceitam,
mutuamente, como marido e mulher, transmitem esse amor aos filhos, netos, e a
graça de Deus os permite superar as dificuldades, construindo uma nova
sociedade, sendo o amor o centro da vida conjugal e familiar”, argumentou.
O arcebispo ainda recordou que “o Papa João
Paulo II, profeticamente, já afirmava que o futuro da Humanidade passa pela
família. Quanto melhor se vive a vocação e o chamado de unidade matrimonial,
cujo amor de Deus permanece no seio familiar, mais o amor de Cristo é
transmitido à sociedade”, finalizou.
O pároco da Catedral, cônego Cláudio dos
Santos destacou alguns aspectos que incentivaram os casais a participarem do
casamento comunitário. “As motivações que levaram esses homens e mulheres a
aceitarem o chamado de Deus são muitas. Temos os casais que ouviram falar da celebração
e se sentiram tocados, outros que já haviam casado no civil, mas não no
religioso, além daqueles que moravam juntos e desejavam receber o sacramento
também para receber o Corpo e o Sangue de Cristo nas celebrações”, explicou.
Em comunhão com Deus
O casal Mariani da Costa Feitosa, de 28 anos,
e Felipe Nobre da Silva, de 30 anos, estão juntos há três anos. O casamento
sempre foi o sonho de Mariani que, muito emocionada, disse: “Decidimos casar na
Igreja para receber as bênçãos de Deus. Esse sempre foi o meu sonho. Não tenho
palavras para descrever este momento, só consigo chorar”, contou.
Lizandra de Lima Tavares, de 25 anos, e Tiago
da Silva Viana, de 29 anos, estão juntos há oito anos. Agora, próximo à chegada
do bebê Nicolas, primeiro filho do casal, veio também a decisão pelo
matrimônio. “Sempre quis me casar na igreja, mas ainda éramos muito novos.
Soube da oportunidade e decidimos abraçá-la. Como estamos à espera do Nicolas,
o casamento é uma bênção para nossa família”, destacou Lizandra.
Tais da Silva Gomes, de 26 anos, e Caio
Felipe Bezerra, de 27 anos, possuem dois filhos, o Marcos Paulo, de sete anos,
e o Vitor Hugo, de apenas um ano. Juntos há sete anos, o desejo veio a partir
do conhecimento da importância do matrimônio. “Somos católicos e frequentamos a
missa sempre, todos os domingos. Orientaram-nos e explicaram que o matrimônio é
um dos sacramentos da Igreja. O diácono de nossa comunidade nos disse: ‘quando
pisarem no tapete vermelho, recordem de tudo o que já viveram juntos, tanto os
momentos bons quanto os ruins’”, pontuou Caio.
Muitos acreditam que o Sacramento do
Matrimônio seja apenas para os mais jovens. Para receber a bênção de Deus não
existe idade, o mais importante é que haja amor mútuo, fidelidade e respeito.
Há 22 anos juntos, Rosemeire Marques de
Almeida, de 52 anos, e Henrique Borges de Almeida, de 57 anos, têm um filho,
também chamado Henrique, de 18 anos. A motivação surgiu a partir dos encontros
da Iniciação Cristã de Adultos. “Estou na catequese, preparando-me para receber
a Primeira Eucaristia. Senti no coração que este era o nosso momento. Estou
muito emocionada e somos agraciados neste dia”, completou Rosemeire.
Aos 72 anos, Glorinha dos Santos Borges também
decidiu dizer ‘sim’, diante de Deus, dos homens, dos três filhos e de dois
netos, a Edmar Gomes, de 73 anos. Segundo Glorinha, “fazíamos faculdade, depois
vieram os filhos, então fomos deixando o casamento. Meu maior sonho sempre foi
comungar. Queria estar completamente preparada diante do Senhor. Meu pai dizia
que para alcançar a eternidade, os casais precisavam receber o Sacramento do
Matrimônio. Meu Senhor não me deixou partir sem que antes eu estivesse
completamente em comunhão com Ele. Dentre as muitas graças que recebi, uma
delas foi ter meu esposo ao meu lado sempre, e, hoje, estamos unidos à aliança
que nos faltava”, finalizou.
Quem também não perdeu a oportunidade foi
Amadeu Francisco Varanda, de 91 anos, e Joselita Guimarães Moço, de 75 anos.
Eles estão juntos há 54 anos. De acordo com Joselita, “o dia de hoje representa
tudo para mim, era o que eu mais queria. Estou muito emocionada. Estamos sempre
presentes na santa missa e, agora, mais felizes ainda”, completou.
Fonte:
http://arqrio.org/noticias/detalhes/6126/matrimonio-o-amor-de-cristo-pela-igreja-e-pela-humanidade
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