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Por Dom
Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro
A
família, a grande família humana e cada uma das famílias que compõem a
humanidade, é o grande projeto de Deus para que o homem e a mulher tenham um
sentido nobre e prático para suas vidas.
Ambos,
segundo o modo de ser que lhes é próprio, o gênio feminino e o gênio masculino,
colaboram na sustentabilidade e no desenvolvimento da sociedade humana, que
dentro desse projeto divino é condição necessária e fundamental para que os
povos vivam em paz, na justiça e na igualdade de direitos e deveres.
Considerando a mulher, vê-se que ela está cada vez mais presente na vida
social, levando para além dos limites do ambiente familiar a sua valiosa
contribuição como pessoa que é, e sempre com suas peculiares e profundas
riquezas femininas.
Tanto
a família como o mundo necessitam de uma mulher real e autenticamente
emancipada, respeitada, madura e competente na profissão, reconhecida no seu
papel público e domiciliar, para que ela possa injetar no ambiente político,
cultural, educacional, etc., uma qualidade específica do seu gênio feminino.
Com
palavras de um conhecido psiquiatra austríaco, discípulo de Freud, o vienense
Viktor Frankl, há na mulher – no homem também de outra forma - aquilo que ele
denominou de “poder de resistência do espírito”, isto é, a tenaz
capacidade de reagir diante dos grandes valores humanos, a força para voltar a
erguer-se e de reempreender o esforço necessário para comportar-se à altura da
sua dignidade humana.
Se
é verdade que o ser feminino e o ser masculino são portadores de igual
dignidade e de igual responsabilidade social e familiar, é preciso considerar
que toda a sustentabilidade e desenvolvimento da grande família humana exigem
que o valor total e real da mulher seja respeitado e colocado numa posição mais
visível, para ser devidamente conhecido e admirado com respeito.
A
mulher com sua dimensão feminina têm na sua sexualidade uma propriedade da sua
pessoa, que a informa substancialmente no modo de ser e de atuar ao lado do
homem, mas jamais pode ser considerada apenas como um corpo orientado somente
para o sexo.
O
verdadeiro papel social da mulher ao lado do homem não é ser uma reprodutora. A
mulher, com sua tenacidade de espírito e com sua delicada ternura, com sua
generosidade incansável e com sua agudeza de inteligência, com sua capacidade
de intuição e com seu amor concreto pela outra pessoa, é a pessoa que no seu
gênio feminino alicerça profundamente o projeto de Deus para a grande família.
Consideremos
a Beata Irmã Dulce dos Pobres, a Beata Madre Teresa de Calcutá, tantas mães de
família, outras mulheres que exercem a medicina, a política, a enfermagem, a
pedagogia, etc., as meninas e as jovens que se dispõem a um trabalho de
voluntariado em ambientes pobres e violentos. Todas essas mulheres, conhecidas
e anônimas, no celibato e no casamento, na família e no ambiente profissional e
social, estão construindo um mundo melhor e mais justo, só por causa da solidez
e da firmeza do seu gênio feminino.
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