O Congresso da Pastoral
Familiar, realizado no dia 17 de outubro, na sede da Arquidiocese do Rio, na
Glória, contou com a presença de 180 agentes que trabalham na defesa e promoção
do valor do matrimônio e da família. Na programação, houve três palestras relacionadas
com a temática da família, concluindo com a celebração eucarística, presidida
pelo bispo auxiliar e animador da dimensão familiar, Dom Antônio Augusto Dias
Duarte.
SUCESSO NAS RELAÇÕES
FAMILIARES
“Sucesso não é dinheiro, nem posição social.
Sucesso é você se sentir realizado. Nossa vida é feita de pilares: a
espiritualidade, o casamento, os filhos, a carreira, as finanças, os amigos.
Quando um deles balança, a construção até pode se manter de pé. Mas se vários
pilares começam a se desgastar, a construção pode ruir. E essa construção é a
nossa vida!”
Foi o que explicou a especialista em
neurociência Katiane Vieira, de Florianópolis, Santa Catarina, na sua palestra
“Sucesso nas relações familiares – na linha da sucessologia”. Ela também é
fundadora do Instituto Mestria (www.katianevieira.com.br).
“O amor tem uma base cientifica que é a
confiança, ensina a neurociência. Isso se estabelece em qualquer relação. A
família é amor e o amor é uma junção de muitos sentimentos. A essência do
casamento não é o romantismo, mas o companheirismo, a cumplicidade e a união.”
“No dia a dia”, continuou Katiane, “o
estresse por causa do trabalho, do trânsito e de outras situações da vida pode
diminuir a comunicação, o carinho, o zelo, e o essencial dos relacionamentos
pode se perder. Pesquisas recentes mostram que o cotidiano é responsável por
83% das separações”.
O segredo do sucesso nos
relacionamentos
1. Estabelecer
objetivos – Nosso cérebro funciona bem quando se tem objetivos,
um foco.
2. Tenha uma estratégia –
Para atingir um objetivo é preciso planejar como chegar até ele. Quando se
quer, com vontade firme, sempre haverá um jeito.
3. Comunicação efetiva –
Funciona com a voz, mas também com expressões, gestos, olhares. Ela é crucial
no relacionamento. Um exemplo bem prático é o uso da palavra ‘não’. O cérebro
não registra o negativo, só o positivo. É preciso explicitar o que se quer,
para gerar os impulsos cerebrais que se precisa alcançar. E até na forma de
falar também é preciso cuidado. A mesma mensagem, cada um vai interpretar de
uma forma. O segredo é perguntar, pedir esclarecimentos e dar esclarecimentos!
Estamos sendo claros? Ninguém tem bola de cristal. Homens e mulheres têm visões
e formas diferentes de organização cerebral. Mesmo nos relacionamentos com
muito tempo, não se pode presumir que o outro saiba.
4. Dê o melhor de si –
Na doação mútua, especialmente quando se fala no relacionamento marido e
mulher, o que exige muita confiança.
5. Cultivar momentos em
família – É uma estratégia preciosa de cultivo da
proximidade. A família é única. Não vamos ter outra. Precisamos cultivar esse
bem precioso. Estabelecer momentos para conversar, ver os objetivos, partilhar
os problemas e discutir as soluções. Na família tudo se combina. Manter a união
é fundamental!
Educar para a Vida
“O grande perigo na educação dos filhos é o
cuidado com as atitudes que as crianças veem em nós. A educação das crianças
exige sacrifícios. Abdicar do nosso descanso para dar atenção às crianças é a
tarefa mais difícil, mas também a mais importante.”
“Dentro de casa,” explicou Katiane, “temos
como fazer escolhas, mas o que os filhos veem e vivem fora de casa? A criança
precisa sentir que você está ali para ela”.
“Outro passo é falar com clareza. Com a
criança, então, mais ainda! A criança ainda está formando seus mapas mentais,
formando seus valores e crenças. Explicar a razão, o porquê de se fazer as
coisas, ajuda demais. Entender a razão para a ordem ajuda a criança a
desenvolver valores internos de conduta de comportamento, ou seja, ela cria
consciência”.
“Outro ponto prático,” continuou Katiane, “é
desaprovar a conduta da criança. A infância é a fase em que vamos formando as
nossas crenças. Uma ‘criança má’ é uma desaprovação da criança, e isto é
péssimo para a autoestima. Ela nunca se sentirá capaz de fazer nada de bom.
‘Isso é errado’ - assim educamos mostrando que a conduta é errada. Educar é dar
limites e as crianças precisam aprender que regras são regras”.
“Não podemos abrir mão,” insistiu Katiane.
“Se damos atenção, sacrifício e dedicação, as crianças são capazes de
compreender a sabedoria por trás das regras. Por exemplo: ‘Você tem que dormir
cedo, porque amanhã é dia de colégio e a escola é muito importante para a
educação de vocês’. Usando comunicação assertiva, sempre.”
“O valor dos exemplos não pode ser
subestimado. A criança está sempre nos observando, aprendendo e avaliando. Só é
possível educar o outro a partir daquilo que você é, e em que acredita. É
importante eu me conhecer, para poder saber a geração que eu quero formar.”
Na conclusão, Katiane disse que quem já tem
os filhos grandes ainda tem chance. Errar é humano, e o mais importante é
aprender com os erros.
“Seja qual for a idade do seu filho. Fale
sobre como você se sente com relação a ele e fale, principalmente, sobre o seu
propósito de querer saber dele em que você errou. Mostre que você quer ser
melhor e peça para ele te ajudar nessa tarefa. Sempre há tempo! E o tempo é
hoje!”
NOVA CULTURA E ESTILO
“Em uma cidade tropical como o Rio de
Janeiro, como é difícil, às vezes, criar uma imagem digna e elegante da
mulher”, afirmou a consultora de imagem e estilo Cristina Mamede, que falou
especialmente para as mulheres na sua palestra “Família, construtora de moda e
de estilo”.
“A imagem é como nos enxergam, é a nossa
embalagem. Ela é construída nos primeiros 15 segundos, quando nos encontramos
com alguém. A primeira impressão é a que fica. A impressão visual tem o maior
impacto, seguida das gestual e verbal”.
Idade
Para a consultora, é preciso usar as roupas
de acordo com a idade, tipo físico, estilo e orçamento. A mulher mais velha
pode ser chiquérrima, só não pode acreditar que tem vinte anos.
E nem o contrário, ou seja, erotizar
precocemente as crianças, vestindo-as como adultos, por vezes até de forma
vulgar. O resultado é um visual esdrúxulo com itens que deveriam ser banidos do
vestuário infantil.
“A educação que os pais oferecem aos filhos é
que será o porto seguro quando a adolescência vier”, explicou.
Tipo Físico
Como entender o tipo físico, a proporção
correta e o caimento de uma roupa, escondendo os defeitos e valorizando as
melhores características físicas? Cada mulher se encaixa em um tipo de silhueta
diferente. Como usar as roupas? O que é estilo? É a soma das escolhas que se
faz.
“A moda é passageira e o estilo é imutável. É
a nossa identidade. Precisamos encontrar o nosso estilo. O caminho para
encontrar seu estilo é combinar a personalidade com o visual. Ele é construído
ao longo dos anos. Cada um tem o seu. Não copie o estilo dos outros, senão você
estará usando uma fotografia. Descobrir seu estilo é conhecer-se a si mesmo”,
destacou.
Qual é o meu estilo?
Existem sete estilos universais, mas cada um
tem o seu estilo predominante e outros periféricos, que vão ajudar na
interpretação pessoal da moda.
Cada peça de roupa, explicou a consultora,
tem seu caimento adequado e ajuda a compor o estilo de cada um, assim como o
uso das cores. A lógica das cores existe e pode ser feita uma análise
cromática. A cor pode ajudar ou sabotar um figurino.
“Decidir com que roupa vou sair depende da
minha agenda. Pesquisas mostram que as mulheres usam apenas 20% do seu guarda
roupa. Já os homens usam 90%. Precisamos investir mais nas peças certas”,
alertou.
IDEOLOGIA DE GÊNERO
Na terceira palestra, o bispo auxiliar e
animador da Pastoral Familiar, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, esclareceu os
agentes sobre a Ideologia de Gênero, um assunto ainda desconhecido entre as
pessoas.
Para ilustrar sua palestra, Dom Antonio citou
casos concretos da sociedade atual. Em um colégio do Rio de Janeiro, os alunos
podem usar qualquer banheiro, masculino ou feminino. O prefeito de São Paulo
determinou que não se pode mais comemorar dia dos pais e das mães, mas somente
dos cuidadores. Em um cartório do Rio uma juíza de paz já legalizou a união
entre três mulheres. No passaporte, já não pode mais vir especificado pai e
mãe, mas, sim, genitor 1, 2, 3 ou 4.
“As crianças de hoje estão crescendo com uma
sexualidade polimorfa e diversa. Se não houver uma intervenção da família, não
apenas no âmbito do protesto, mas famílias verdadeiramente militantes, nossa
sociedade vai ser brutalmente modificada. O ataque é contra o mais fundamental
da identidade do ser humano”, disse Dom Antonio.
Suposta
igualdade
“A Ideologia de Gênero”, explicou o animador
da Pastoral Familiar, “é um projeto político e social que tem o objetivo de
criar uma sociedade com a sexualidade totalmente livre. É uma reengenharia
social. Tem sua origem no Marxismo. Este caiu enquanto projeto econômico e
político, mas continua existindo enquanto projeto cultural”.
“A ideologia marxista,” ressaltou Dom
Antonio, “quer eliminar as diferenças entre os que detêm o poder e os que são
explorados. Toda diferença é uma distinção e toda distinção é uma injustiça
social. Deste modo, toda distinção precisa ser eliminada para termos uma
sociedade homogênea. O que se quer igualar agora não são os ricos e pobres, mas
homens e mulheres, em nome de uma suposta igualdade”.
“Homem e mulher é a distinção mais básica, e
se realizam nos seus papéis. O Marxismo interpreta que eles criam entre si uma
relação de desigualdade, que precisa ser eliminada. Tudo começa com o
feminismo, para dar direitos às mulheres. Depois, nas profissões e nos esportes
igualam-se os dois, tudo para se igualar ao homem. E para a Ideologia de
Gênero, a fonte das desigualdades está na família”.
Dom Antonio lembrou que Lenin já dizia: “Se
queremos dominar a sociedade, precisamos destruir a família e se queremos
destruir a família, precisamos destruir a mulher”.
O bispo prossegue: “Antes a revolução era
pelas armas. Agora, é pela pílula e pelo aborto. Temos hoje sexo sem filhos e
filhos sem sexo!”
Calar a boca da Igreja
“Diversidade polimorfa de casamento é outra
estratégia,” explicou Dom Antonio. “Na Holanda e nos Estados Unidos,”
continuou, “já há projetos de lei aprovados para casamentos entre dois casais.
E isso é muito alardeado pela mídia, o que também é parte da estratégia”.
“Outra distinção muito nítida na família é
entre adultos e crianças. Há a estratégia sutil de acabar com essa distinção,
tratando as crianças como se fossem adultos. Tudo é feito de forma bem
escondida, para ir chegando de mansinho, de forma velada, porque tudo o que não
é conhecido não é combatido.”
“Os comunistas usaram os pobres, mas não
acabaram com a pobreza. Da mesma forma, a ideologia de gênero usa as mulheres e
os gays para seus objetivos sórdidos! Tudo cortina de fumaça para poder
confundir o povo de bem. E se a Igreja defende a família, prega-se que,
consequentemente, ela está contra os gays. Essa é a lógica que a Ideologia de
Gênero quer pregar. Querem calar a boca da Igreja”, afirmou.
Militância
“É uma estratégia tão bem feita”, lembrou Dom
Antonio, “que já está presente capilarmente na mídia – novelas, programas de
entrevistas e debates, nos jornais impressos e online – nas
tentativas de que a Ideologia de Gênero entre nos planos estaduais e municipais
de educação. Já que em regimes totalitários as leis são só para constar, como
nesse caso, a Ideologia de Gênero foi vetada no plano nacional de educação”.
“Uma ideologia é um conjunto de ideias que
não podem ser provadas. Um exemplo disso é o Nazismo, que conseguiu convencer
tantas pessoas de que a raça ariana era superior a outras. Usam da comunicação,
das imagens manipuladas, de mudanças no discurso e o lobby sobre os
organismos que representem qualquer tipo de obstáculo contra os seus objetivos.
O prazer sem nenhum limite, o poder sobre os demais e a soberba intelectual.”
Na conclusão, Dom Antonio disse: “Precisamos
ser, então, pais e mães militantes nas escolas, principalmente. Ainda que nos
rotulem de intolerantes. Os pais são os primeiros educadores e têm o dever de
exercer este papel. Precisamos ser mais incisivos”.
Foto:
Carlos Moioli
Fonte:
http://arqrio.org/noticias/detalhes/3764/congresso-arquidiocesano-da-pastoral-familiar-2015
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