terça-feira, 23 de junho de 2015

Esporte e Família – Incentivos à nova civilização do amor

Ricardo Pantoja
Coordenador Geral da Pastoral do Esporte da Arquidiocese do Rio de Janeiro


Sempre escutamos que a prática esportiva desde a infância ajuda o individuo a se formar como cidadão digno e responsável, mesmo dentro de uma sociedade cada dia mais atacada pelo vício das drogas, pela sexualidade desregrada, pela falta de ética e moral, que vemos todo momento e em todos os lugares, por vezes de uma maneira silenciosa e imperceptível. Essa formação dada pela prática esportiva ajuda a sociedade na medida em que se torna um meio de encontro e diálogo entre os indivíduos que a formam.
Em sua homilia “Jubileu de Esportistas”, de 29 de outubro de 2000, nosso amado Beato João Paulo II fala da responsabilidade do esporte em nossa sociedade:
“Por causa das dimensões globais assumidas pelas atividades esportivas atualmente, os envolvidos com esporte em todo o mundo têm uma grande responsabilidade. Eles são chamados a fazer do desporto uma oportunidade de encontro e diálogo, além de toda a barreira de raça, língua ou cultura. O esporte, de fato, pode dar uma contribuição eficaz para o entendimento pacífico entre os povos e para o estabelecimento da nova civilização do amor.”
Ao refletir sobre a prática esportiva como uma das ferramentas que auxilia na formação desta “nova sociedade do amor”, que João Paulo II se refere em sua linda homilia, lembrei quase que instantaneamente de outro documento muito importante para a história da nossa Santa Igreja Católica e escrita por ele mesmo: a Exortação Apostólica Familiaris Consortio, de 22 de novembro de 1981. Ao dizer neste documento que “O futuro da humanidade passa pela família!”, o beato fala também sobre a importância educativa da família e seu papel de inserção de indivíduos com valores éticos e morais na sociedade:
“A família é, portanto, a primeira escola das virtudes sociais de que as sociedades têm necessidade... enquanto comunidade de amor, ela encontra no dom de si a lei que a guia e a faz crescer. O dom de si, que inspira o amor mútuo dos cônjuges, deve pôr-se como modelo e norma daquele que deve ser atuado nas relações entre irmãos e irmãs e entre as diversas gerações que convivem na família. E a comunhão e a participação quotidianamente vividas na casa, nos momentos de alegria e de dificuldade, representam a mais concreta e eficaz pedagogia para a inserção ativa, responsável e fecunda dos filhos no mais amplo horizonte da sociedade.”
Vejam que João Paulo II fala, nos dois trechos aqui descritos, sobre a formação da nova “sociedade” ou “comunidade” do amor, usando o esporte como ferramenta de auxilio e colocando a família como meio imutável para o alcance de uma sociedade com os valores sonhados por Deus.