Ricardo
Pantoja
Coordenador
Geral da Pastoral do Esporte da Arquidiocese do Rio de Janeiro
Sempre escutamos que a prática esportiva
desde a infância ajuda o individuo a se formar como cidadão digno e
responsável, mesmo dentro de uma sociedade cada dia mais atacada pelo vício das
drogas, pela sexualidade desregrada, pela falta de ética e moral, que vemos
todo momento e em todos os lugares, por vezes de uma maneira silenciosa e
imperceptível. Essa formação dada pela prática esportiva ajuda a sociedade na
medida em que se torna um meio de encontro e diálogo entre os indivíduos que a
formam.
Em sua homilia “Jubileu de Esportistas”, de
29 de outubro de 2000, nosso amado Beato João Paulo II fala da responsabilidade
do esporte em nossa sociedade:
“Por
causa das dimensões globais assumidas pelas atividades esportivas atualmente,
os envolvidos com esporte em todo o mundo têm uma grande responsabilidade. Eles
são chamados a fazer do desporto uma oportunidade de encontro e diálogo, além
de toda a barreira de raça, língua ou cultura. O esporte, de fato, pode dar uma
contribuição eficaz para o entendimento pacífico entre os povos e para o
estabelecimento da nova civilização do amor.”
Ao refletir sobre a prática esportiva como
uma das ferramentas que auxilia na formação desta “nova sociedade do amor”, que
João Paulo II se refere em sua linda homilia, lembrei quase que
instantaneamente de outro documento muito importante para a história da nossa
Santa Igreja Católica e escrita por ele mesmo: a Exortação Apostólica
Familiaris Consortio, de 22 de novembro de 1981. Ao dizer neste documento que
“O futuro da humanidade passa pela família!”, o beato fala também sobre a
importância educativa da família e seu papel de inserção de indivíduos com
valores éticos e morais na sociedade:
“A
família é, portanto, a primeira escola das virtudes sociais de que as
sociedades têm necessidade... enquanto comunidade de amor, ela encontra no dom
de si a lei que a guia e a faz crescer. O dom de si, que inspira o amor mútuo
dos cônjuges, deve pôr-se como modelo e norma daquele que deve ser atuado nas
relações entre irmãos e irmãs e entre as diversas gerações que convivem na
família. E a comunhão e a participação quotidianamente vividas na casa, nos
momentos de alegria e de dificuldade, representam a mais concreta e eficaz
pedagogia para a inserção ativa, responsável e fecunda dos filhos no mais amplo
horizonte da sociedade.”
Vejam que João Paulo II fala, nos dois
trechos aqui descritos, sobre a formação da nova “sociedade” ou “comunidade” do
amor, usando o esporte como ferramenta de auxilio e colocando a família como
meio imutável para o alcance de uma sociedade com os valores sonhados por Deus.