D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro
No Domingo
após o Natal, dentro da oitava, celebra-se a festa da Sagrada Família: Jesus,
Maria e José. É o último domingo do ano civil. O tema família esteve presente
nos últimos tempos nos noticiários devido à Assembleia Extraordinária e ao
Sínodo dos Bispos sobre o tema. Enquanto aguardarmos o documento pós-sinodal
rezamos pela família que, como recorda São João Paulo II, “é por onde passa o
futuro da humanidade”. Celebrar esta solenidade na Oitava do Natal é contemplar
o ideal de família que deve ter Jesus Cristo no centro de nossas casas.
Deus quis
manifestar-se aos homens integrado numa família humana. Ele quis nascer numa
família, quis transformar a família num presépio vivo. Pode-se dizer que neste
domingo celebramos o “Dia da Família”.
A Palavra
de Deus desta solenidade (Eclo. 3, 3-7. 14-17) lembra aos filhos o dever de
honrarem pai e mãe, de socorrê-los e compadecer-se deles na velhice, ter
piedade, ou seja, respeito e dedicação para com eles; isto é cumprimento da
vontade de Deus.
São Paulo,
em Cl 3, 12-21, elenca as virtudes que devem reinar na família: sentimentos de
compaixão, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportarem-se uns aos
outros com amor, perdoar-se mutuamente. Revestir-se de caridade e ser
agradecidos. Se a família não estiver alicerçada no amor cristão, será muito
difícil a sua perseverança em harmonia e unidade de corações. Quando esse amor
existe, tudo se supera, tudo se aceita; mas, se falta esse amor mútuo, tudo se
faz sumamente pesado. E o único amor que perdura, não obstante os possíveis
contrastes no seio da família, é aquele que tem o seu fundamento no amor de
Deus.