No próximo domingo, 5 de outubro, às 10h da
manhã (horário de Roma) o santo Padre Francisco celebrará a santa missa na
basílica de São Pedro por ocasião da abertura da III Assembleia Extraordinária
do Sínodo dos Bispos. Assim confirmou hoje o porta-voz da Santa Sé, Pe.
Federico Lombardi.
No sínodo participarão 253 pessoas, dentre as
quais 14 casais de esposos convidados pelo Papa. Representando o Brasil estarão
os cardeais Dom Odilo Pedro Scherer, SP, Dom Orani João Tempesta, RJ, e o
Cardeal Dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência episcopal do Brasil,
além do casal Hermelinda e Arturo Zamperlini que desde o 1º de setembro são os
responsáveis pela Super-região Brasil do Movimento das Equipes
de Nossa Senhora.
ZENIT entrevistou o Cardeal Dom Orani João
Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, com o fim de esclarecer mais o contexto
desse sínodo, levantando algumas questões do próprio documento preparatório.
Acompanhe abaixo e fique por dentro dessa Assembleia que está a ponto de
começar:
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ZENIT: Dom Dimas Lara, arcebispo de Campo Grande,
MS, e ex-secretário geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
disse na reunião do CELAM em preparação ao sínodo dos bispos que é importante
“a mudança de metodologia do sínodo”, para poder refletir “uma participação e
escuta mútua e a colegialidade dos bispos com o magistério do Santo Padre”. E
disse que “Não será uma coleta de sugestões” e que “o leque será aberto para
que muitas outras ideias e enfoques sejam encarados”. Poderia dar-nos algum
exemplo concreto de como essa mudança de metodologia afeta o presente sínodo?
Card. Orani Tempesta: A
metodologia ficou clara. O Papa Francisco divulgou um documento com perguntas
sobre o tema para o mundo inteiro, o que demonstrou sua importância devido a
quantidade de respostas. Depois realizou um consistório sobre a família. Esse
foi mais um passo. Em terceiro, é o que acontece agora: a assembleia extraordinária.
O sínodo mesmo acontece em 2015. Esses passos visam encontrar os caminhos para
a família e os problemas de hoje. Os passos do sínodo mostram uma metodologia
que busca aprofundar o tema pouco a pouco.
ZENIT: Infelizmente, hoje, a família é terrivelmente
ameaçada, especialmente pela Ideologia do gênero que, se aplicada, levará à
morte da família e da sociedade. Há uma clara consciência do perigo dessa
ideologia no seio da Igreja?
Card. Orani Tempesta:
Creio que os estudiosos têm advertido, aprofundado, respondido a questão da
ideologia do gênero, mas em geral o povo não tem consciência do perigo, não vê
com clareza sobre isso no dia a dia. É importante estudar sobre a ideologia de
gênero para que se chegue a essa preocupação, esclarecendo a questão nos grupos,
nas pastorais para que cada paroquia possa ver, do trabalho local para a
consciência global, o perigo da ideologia do gênero.