sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Semana Nacional da Família prepara Igreja no Brasil para Encontro Mundial com o Papa

Neste ano, a Semana Nacional da Família, promovida pela Igreja no Brasil para a valorização das famílias, terá também o objetivo de preparar os fiéis para o Encontro Mundial que acontecerá na Irlanda com o Papa Francisco.
A Semana Nacional da Família terá início no próximo domingo, 12 de agosto, Dia dos Pais, e seguirá até o dia 18 de agosto, sendo celebrada em todo o país, promovida pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O tema deste ano será “O evangelho da Família, alegria para o mundo”, o mesmo do IX Encontro Mundial das Famílias com o Papa Francisco, que acontecerá em Dublin, Irlanda, entre os dias 22 e 26 de agosto.
“O ‘Evangelho da Família’ ressalta o lado positivo da família, a família como boa notícia, como um bem, um dom de Deus”, indicou o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e Bispo de Osasco (SP), Dom João Bosco Barbosa de Sousa.
“‘Alegria para o mundo’ acentua o fato de que ser família não é um aspecto da doutrina, um valor apenas para os cristãos ou para as pessoas religiosas. É uma riqueza para o mundo, para a humanidade toda”, assinalou.
Por sua vez, o assessor nacional da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, Pe. Jorge Filho, explicou que, “motivados pelo tema do IX Encontro Mundial das Famílias, queremos, juntos com o Papa, nos empenhar para anunciarmos o Evangelho da Família que deve ser a alegria para o mundo”.
O Encontro Mundial das Famílias foi idealizado por São João Paulo II em 1992 e acontece a cada três anos, com objetivo de “celebrar o dom divino da família” e aprofundar a “compreensão da família cristã como Igreja doméstica e unidade básica de evangelização”.
Neste ano, além das famílias brasileiras que se inscreveram para o evento, o Brasil estará também representado pelo presidente da Comissão para a Vida e Família da CNBB, Dom João Bosco Barbosa de Sousa, pelo assessor nacional da comissão, Pe. Jorge Alves Filho, e pelo casal coordenador nacional da Pastoral Familiar, Luiz Zilfredo Stolf e Carmen Rodrigues Stolf.
“Esperamos que esse encontro reforce o trabalho de evangelização que vem sendo realizado pela Pastoral Familiar, esclareça questões, chame a atenção do mundo para a importância da família, construída segundo a vontade de Deus, pois só assim ela pode ser alegria para o mundo”, concluiu Dom Bosco.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticias/semana-nacional-da-familia-prepara-igreja-no-brasil-para-encontro-mundial-com-o-papa-98461

Catequese II: As famílias à luz da Palavra de Deus

A Sagrada Família com suas vicissitudes ensina-nos a todos que a Palavra de Deus não é uma transmissão de verdades religiosas ou uma catequese ou um ensinamento de normas morais para serem postas em prática; A Palavra é uma relação viva e profunda com Deus que se torna história na vida de cada família.

"Ajudai, ó Mãe, a nossa fé. Abri o nosso ouvido à Palavra, para reconhecermos a voz de Deus e a sua chamada. Despertai em nós o desejo de seguir os seus passos, saindo da nossa terra e acolhendo a sua promessa. Ajudai-nos a deixar-nos tocar pelo seu amor, para podermos tocá-Lo com a fé. Ajudai-nos a confiar-nos plenamente a Ele, a crer no seu amor, sobretudo nos momentos de tribulação e cruz, quando a nossa fé é chamada a amadurecer. Semeai, na nossa fé, a alegria do Ressuscitado. Recordai-nos que quem crê nunca está sozinho. Ensinai-nos a ver com os olhos de Jesus, para que Ele seja luz no nosso caminho. E que esta luz da fé cresça sempre em nós até chegar aquele dia sem ocaso que é o próprio Cristo, vosso Filho, nosso Senhor!" (Papa Francisco, Encíclica Lumen fidei 29 de junho de 2013)

O ícone evangélico que é o pano de fundo dessas catequeses imediatamente nos torna conscientes do significado religioso da Sagrada Família de Nazaré. Enquanto lemos no Evangelho de Lucas, todos os anos, pontualmente para a festa da Páscoa, José e Maria com Jesus vão ao templo de Jerusalém para cumprirem juntos, seu ato de fé. Estamos diante de uma família em que todos os membros, pai, mãe e filho, juntos realizam uma longa jornada, com todas as dificuldades e os imprevistos do tempo (tanto que, no caminho de volta, Jesus se perdeu), para comemorar seu ato de ação de graças pascal a Deus pela libertação que Ele trouxe para o povo de Israel da escravidão no Egito. É uma família que, ao lembrar o amor salvador de Deus, a torna viva e ativa no presente em vista de um futuro em que a fidelidade divina dará plenitude e satisfação à Sua promessa.
A peregrinação não é apenas um simples ato devocional e religioso que faz parte das tradições do próprio povo. Certamente, não é uma novidade ver as famílias completas de cada membro participar de festas religiosas que chamam a atenção de comunidades inteiras, como a festa do Padroeiro ou os eventos religiosos que caracterizam algumas culturas em seu viver, os tempos fortes do ano litúrgico, especialmente o Natal, a Semana Santa e a Páscoa.
O que a Sagrada Família faz não é apenas um ato tradicional, mas algo que revela um importante “background” do qual estamos conscientes através dos mesmos relatos evangélicos anteriores a narração desse episódio. Tanto Maria quanto José são desafiados por uma Palavra que, vindo do Alto de um modo inesperado e 2 surpreendente, provoca uma resposta de fé. A leitura inexperiente dos dois relatos evangélicos, a de Lucas sobre Maria e a de Mateus sobre José, nem sempre faz compreender a adesão total da fé dos dois ao misterioso projeto divino. Muitas vezes, damos por certo e óbvio a aparição do anjo a Maria em sua casa em Nazaré e a José no sonho, e nos parece normal que os dois deem o seu consentimento.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

"As famílias de hoje": I Catequese preparatória ao IX Encontro Mundial das Famílias

A organização do IX Encontro Mundial das Famílias elaborou uma série de catequeses preparatórias ao grande evento que se realizará em Dublin, de 21 a 26 de agosto, que iremos repropor nestes dias.

O tema da Primeira Catequese é "As famílias de hoje"
"Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos angustiados, á tua procura". (Lc 2,48) Maria, mulher da escuta, abre os nossos ouvidos; faz com que saibamos ouvir a Palavra do teu filho Jesus entre as mil palavras deste mundo; faz com que saibamos ouvir a realidade em que vivemos, cada pessoa que encontrarmos, especialmente aquela que é pobre, necessitada, em dificuldade. Maria, mulher da decisão, ilumina a nossa mente e o nosso coração,para que saibamos obedecer a Palavra do teu Filho Jesus, sem hesitação;Dá-nos a coragem da decisão, para não nos deixar arrastar para que outros orientem nossa vida. Maria, mulher de ação, faz com que as nossas mãos e pés se movem “com pressa” para os outros,para levar a caridade e o amor do teu Filho Jesus,para levar, como você, a luz do Evangelho ao mundo. Amém. Papa Francisco, Praça São Pedro 31 de maio de 2013)
Os Evangelhos nos narram poucas histórias sobre os acontecimentos da Sagrada Família de Nazaré. Muito é deixado ao nosso imaginário, considerando que foram cerca de trinta anos em que Jesus viveu em Nazaré com os seus. Os poucos episódios transmitidos tornaram-se fundamentais para compreender o mistério desta família.
A única história que nos apresenta Jesus aos doze anos (naquela época, a idade não era apenas de um menino, mas de uma pessoa que atingiu recentemente a idade da maturidade) que interage com seus pais, está no Evangelho de Lucas e é assim dita a história da "descoberta de Jesus no templo para discutir com os doutores da lei".
Nós certamente esperamos a narração de uma página idílica da Sagrada Família, um pouco como a dos comerciais, em que todos os membros da família são lindos, sempre sorridentes e brilhantes, em total e absoluto entendimento mútuo, no entanto, com a nossa grande maravilha, o Evangelho nos dá outra história. Para usar um termo muito na moda hoje, a Família de Nazaré "entra em crise".

sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Por quem os sinos dobram

Perante o Supremo Tribunal Federal, a ADPF 442 pretende descriminalizar o aborto até 12 semanas de gestação.
Neste dia 2 de agosto, todas as igrejas católicas do Estado do Rio de Janeiro estão soando sinos, em clamor de uma só voz. No dia 3, inicia-se audiência pública no STF sobre esse candente tema.
A ADPF 442 pretende deslocar o debate cidadão sobre o assassinato via aborto do Congresso para o Tribunal, quando tribunais não são criados para elaborar leis. Ela encerra um pedido impossível, que é retirar do Parlamento a prerrogativa de ouvir o povo e legislar, e transferi-la ao Supremo, que deve guardar a Constituição e as leis, e não revogá-las.
O procedimento adotado pela Corte Suprema permitirá que a iminente audiência pública, se não for adiada, leve à falsa impressão de que a cultura da morte de inocentes indefesos deitou raízes majoritárias no Brasil. O volume de falas é desproporcional: 29 expositores pró-aborto escalados, sendo que até vozes estrangeiras pró-morte terão vez. Por outro lado, menos da metade dos admitidos a falar são instituições brasileiras pró-vida, em iníqua disparidade de armas, incompatível com a igualdade e a democracia.
Em debate, a obra do Constituinte pela dignidade e inviolabilidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural, como decorre da Biologia. Tema relevante para a sociedade brasileira, o Congresso Nacional já rejeitou expressamente o aborto, tão condenado em recentes debates na Casa.
Em respeito à vontade do povo, diante até do renovado Congresso que será eleito, recomenda-se aguardar novos debates sobre a vida e o aborto. A vida frágil no seu começo e fim reclama proteção.
Na véspera da audiência no STF, por quem os sinos dobram? Os sinos dobram pelas vidas inocentes e indefesas da nação brasileira.

José Marcos Domingues é presidente da União dos Juristas Católicos do Rio de Janeiro


Fonte: https://oglobo.globo.com/opiniao/por-quem-os-sinos-dobram-22943005?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar