terça-feira, 27 de outubro de 2015

Congresso Arquidiocesano da Pastoral Familiar 2015

O Congresso da Pastoral Familiar, realizado no dia 17 de outubro, na sede da Arquidiocese do Rio, na Glória, contou com a presença de 180 agentes que trabalham na defesa e promoção do valor do matrimônio e da família. Na programação, houve três palestras relacionadas com a temática da família, concluindo com a celebração eucarística, presidida pelo bispo auxiliar e animador da dimensão familiar, Dom Antônio Augusto Dias Duarte.

SUCESSO NAS RELAÇÕES FAMILIARES 
“Sucesso não é dinheiro, nem posição social. Sucesso é você se sentir realizado. Nossa vida é feita de pilares: a espiritualidade, o casamento, os filhos, a carreira, as finanças, os amigos. Quando um deles balança, a construção até pode se manter de pé. Mas se vários pilares começam a se desgastar, a construção pode ruir. E essa construção é a nossa vida!”
Foi o que explicou a especialista em neurociência Katiane Vieira, de Florianópolis, Santa Catarina, na sua palestra “Sucesso nas relações familiares – na linha da sucessologia”. Ela também é fundadora do Instituto Mestria (www.katianevieira.com.br).
“O amor tem uma base cientifica que é a confiança, ensina a neurociência. Isso se estabelece em qualquer relação. A família é amor e o amor é uma junção de muitos sentimentos. A essência do casamento não é o romantismo, mas o companheirismo, a cumplicidade e a união.”
“No dia a dia”, continuou Katiane, “o estresse por causa do trabalho, do trânsito e de outras situações da vida pode diminuir a comunicação, o carinho, o zelo, e o essencial dos relacionamentos pode se perder. Pesquisas recentes mostram que o cotidiano é responsável por 83% das separações”.

O segredo do sucesso nos relacionamentos
1. Estabelecer objetivos – Nosso cérebro funciona bem quando se tem objetivos, um foco.
2. Tenha uma estratégia – Para atingir um objetivo é preciso planejar como chegar até ele. Quando se quer, com vontade firme, sempre haverá um jeito.
3. Comunicação efetiva – Funciona com a voz, mas também com expressões, gestos, olhares. Ela é crucial no relacionamento. Um exemplo bem prático é o uso da palavra ‘não’. O cérebro não registra o negativo, só o positivo. É preciso explicitar o que se quer, para gerar os impulsos cerebrais que se precisa alcançar. E até na forma de falar também é preciso cuidado. A mesma mensagem, cada um vai interpretar de uma forma. O segredo é perguntar, pedir esclarecimentos e dar esclarecimentos! Estamos sendo claros? Ninguém tem bola de cristal. Homens e mulheres têm visões e formas diferentes de organização cerebral. Mesmo nos relacionamentos com muito tempo, não se pode presumir que o outro saiba.
4. Dê o melhor de si – Na doação mútua, especialmente quando se fala no relacionamento marido e mulher, o que exige muita confiança.
5. Cultivar momentos em família – É uma estratégia preciosa de cultivo da proximidade. A família é única. Não vamos ter outra. Precisamos cultivar esse bem precioso. Estabelecer momentos para conversar, ver os objetivos, partilhar os problemas e discutir as soluções. Na família tudo se combina. Manter a união é fundamental!

Educar para a Vida
“O grande perigo na educação dos filhos é o cuidado com as atitudes que as crianças veem em nós. A educação das crianças exige sacrifícios. Abdicar do nosso descanso para dar atenção às crianças é a tarefa mais difícil, mas também a mais importante.”
“Dentro de casa,” explicou Katiane, “temos como fazer escolhas, mas o que os filhos veem e vivem fora de casa? A criança precisa sentir que você está ali para ela”.
“Outro passo é falar com clareza. Com a criança, então, mais ainda! A criança ainda está formando seus mapas mentais, formando seus valores e crenças. Explicar a razão, o porquê de se fazer as coisas, ajuda demais. Entender a razão para a ordem ajuda a criança a desenvolver valores internos de conduta de comportamento, ou seja, ela cria consciência”.
“Outro ponto prático,” continuou Katiane, “é desaprovar a conduta da criança. A infância é a fase em que vamos formando as nossas crenças. Uma ‘criança má’ é uma desaprovação da criança, e isto é péssimo para a autoestima. Ela nunca se sentirá capaz de fazer nada de bom. ‘Isso é errado’ - assim educamos mostrando que a conduta é errada. Educar é dar limites e as crianças precisam aprender que regras são regras”.
“Não podemos abrir mão,” insistiu Katiane. “Se damos atenção, sacrifício e dedicação, as crianças são capazes de compreender a sabedoria por trás das regras. Por exemplo: ‘Você tem que dormir cedo, porque amanhã é dia de colégio e a escola é muito importante para a educação de vocês’. Usando comunicação assertiva, sempre.”
“O valor dos exemplos não pode ser subestimado. A criança está sempre nos observando, aprendendo e avaliando. Só é possível educar o outro a partir daquilo que você é, e em que acredita. É importante eu me conhecer, para poder saber a geração que eu quero formar.”
Na conclusão, Katiane disse que quem já tem os filhos grandes ainda tem chance. Errar é humano, e o mais importante é aprender com os erros.
“Seja qual for a idade do seu filho. Fale sobre como você se sente com relação a ele e fale, principalmente, sobre o seu propósito de querer saber dele em que você errou. Mostre que você quer ser melhor e peça para ele te ajudar nessa tarefa. Sempre há tempo! E o tempo é hoje!”


NOVA CULTURA E ESTILO
“Em uma cidade tropical como o Rio de Janeiro, como é difícil, às vezes, criar uma imagem digna e elegante da mulher”, afirmou a consultora de imagem e estilo Cristina Mamede, que falou especialmente para as mulheres na sua palestra “Família, construtora de moda e de estilo”.
“A imagem é como nos enxergam, é a nossa embalagem. Ela é construída nos primeiros 15 segundos, quando nos encontramos com alguém. A primeira impressão é a que fica. A impressão visual tem o maior impacto, seguida das gestual e verbal”.

Idade
Para a consultora, é preciso usar as roupas de acordo com a idade, tipo físico, estilo e orçamento. A mulher mais velha pode ser chiquérrima, só não pode acreditar que tem vinte anos.
E nem o contrário, ou seja, erotizar precocemente as crianças, vestindo-as como adultos, por vezes até de forma vulgar. O resultado é um visual esdrúxulo com itens que deveriam ser banidos do vestuário infantil.
“A educação que os pais oferecem aos filhos é que será o porto seguro quando a adolescência vier”, explicou.

Tipo Físico
Como entender o tipo físico, a proporção correta e o caimento de uma roupa, escondendo os defeitos e valorizando as melhores características físicas? Cada mulher se encaixa em um tipo de silhueta diferente. Como usar as roupas? O que é estilo? É a soma das escolhas que se faz.
“A moda é passageira e o estilo é imutável. É a nossa identidade. Precisamos encontrar o nosso estilo. O caminho para encontrar seu estilo é combinar a personalidade com o visual. Ele é construído ao longo dos anos. Cada um tem o seu. Não copie o estilo dos outros, senão você estará usando uma fotografia. Descobrir seu estilo é conhecer-se a si mesmo”, destacou.

Qual é o meu estilo?
Existem sete estilos universais, mas cada um tem o seu estilo predominante e outros periféricos, que vão ajudar na interpretação pessoal da moda.
Cada peça de roupa, explicou a consultora, tem seu caimento adequado e ajuda a compor o estilo de cada um, assim como o uso das cores. A lógica das cores existe e pode ser feita uma análise cromática. A cor pode ajudar ou sabotar um figurino.
“Decidir com que roupa vou sair depende da minha agenda. Pesquisas mostram que as mulheres usam apenas 20% do seu guarda roupa. Já os homens usam 90%. Precisamos investir mais nas peças certas”, alertou.

IDEOLOGIA DE GÊNERO
Na terceira palestra, o bispo auxiliar e animador da Pastoral Familiar, Dom Antonio Augusto Dias Duarte, esclareceu os agentes sobre a Ideologia de Gênero, um assunto ainda desconhecido entre as pessoas.
Para ilustrar sua palestra, Dom Antonio citou casos concretos da sociedade atual. Em um colégio do Rio de Janeiro, os alunos podem usar qualquer banheiro, masculino ou feminino. O prefeito de São Paulo determinou que não se pode mais comemorar dia dos pais e das mães, mas somente dos cuidadores. Em um cartório do Rio uma juíza de paz já legalizou a união entre três mulheres. No passaporte, já não pode mais vir especificado pai e mãe, mas, sim, genitor 1, 2, 3 ou 4.
“As crianças de hoje estão crescendo com uma sexualidade polimorfa e diversa. Se não houver uma intervenção da família, não apenas no âmbito do protesto, mas famílias verdadeiramente militantes, nossa sociedade vai ser brutalmente modificada. O ataque é contra o mais fundamental da identidade do ser humano”, disse Dom Antonio.
Suposta igualdade
“A Ideologia de Gênero”, explicou o animador da Pastoral Familiar, “é um projeto político e social que tem o objetivo de criar uma sociedade com a sexualidade totalmente livre. É uma reengenharia social. Tem sua origem no Marxismo. Este caiu enquanto projeto econômico e político, mas continua existindo enquanto projeto cultural”.
“A ideologia marxista,” ressaltou Dom Antonio, “quer eliminar as diferenças entre os que detêm o poder e os que são explorados. Toda diferença é uma distinção e toda distinção é uma injustiça social. Deste modo, toda distinção precisa ser eliminada para termos uma sociedade homogênea. O que se quer igualar agora não são os ricos e pobres, mas homens e mulheres, em nome de uma suposta igualdade”.
“Homem e mulher é a distinção mais básica, e se realizam nos seus papéis. O Marxismo interpreta que eles criam entre si uma relação de desigualdade, que precisa ser eliminada. Tudo começa com o feminismo, para dar direitos às mulheres. Depois, nas profissões e nos esportes igualam-se os dois, tudo para se igualar ao homem. E para a Ideologia de Gênero, a fonte das desigualdades está na família”.
Dom Antonio lembrou que Lenin já dizia: “Se queremos dominar a sociedade, precisamos destruir a família e se queremos destruir a família, precisamos destruir a mulher”.
O bispo prossegue: “Antes a revolução era pelas armas. Agora, é pela pílula e pelo aborto. Temos hoje sexo sem filhos e filhos sem sexo!”

Calar a boca da Igreja
“Diversidade polimorfa de casamento é outra estratégia,” explicou Dom Antonio. “Na Holanda e nos Estados Unidos,” continuou, “já há projetos de lei aprovados para casamentos entre dois casais. E isso é muito alardeado pela mídia, o que também é parte da estratégia”.
“Outra distinção muito nítida na família é entre adultos e crianças. Há a estratégia sutil de acabar com essa distinção, tratando as crianças como se fossem adultos. Tudo é feito de forma bem escondida, para ir chegando de mansinho, de forma velada, porque tudo o que não é conhecido não é combatido.”
“Os comunistas usaram os pobres, mas não acabaram com a pobreza. Da mesma forma, a ideologia de gênero usa as mulheres e os gays para seus objetivos sórdidos! Tudo cortina de fumaça para poder confundir o povo de bem. E se a Igreja defende a família, prega-se que, consequentemente, ela está contra os gays. Essa é a lógica que a Ideologia de Gênero quer pregar. Querem calar a boca da Igreja”, afirmou.

Militância
“É uma estratégia tão bem feita”, lembrou Dom Antonio, “que já está presente capilarmente na mídia – novelas, programas de entrevistas e debates, nos jornais impressos e online – nas tentativas de que a Ideologia de Gênero entre nos planos estaduais e municipais de educação. Já que em regimes totalitários as leis são só para constar, como nesse caso, a Ideologia de Gênero foi vetada no plano nacional de educação”.
“Uma ideologia é um conjunto de ideias que não podem ser provadas. Um exemplo disso é o Nazismo, que conseguiu convencer tantas pessoas de que a raça ariana era superior a outras. Usam da comunicação, das imagens manipuladas, de mudanças no discurso e o lobby sobre os organismos que representem qualquer tipo de obstáculo contra os seus objetivos. O prazer sem nenhum limite, o poder sobre os demais e a soberba intelectual.”
Na conclusão, Dom Antonio disse: “Precisamos ser, então, pais e mães militantes nas escolas, principalmente. Ainda que nos rotulem de intolerantes. Os pais são os primeiros educadores e têm o dever de exercer este papel. Precisamos ser mais incisivos”.

Foto: Carlos Moioli

Fonte: http://arqrio.org/noticias/detalhes/3764/congresso-arquidiocesano-da-pastoral-familiar-2015

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