terça-feira, 26 de junho de 2012

O Gênio Feminino



Por Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro

A família, a grande família humana e cada uma das famílias que compõem a humanidade, é o grande projeto de Deus para que o homem e a mulher tenham um sentido nobre e prático para suas vidas.

Ambos, segundo o modo de ser que lhes é próprio, o gênio feminino e o gênio masculino, colaboram na sustentabilidade e no desenvolvimento da sociedade humana, que dentro desse projeto divino é condição necessária e fundamental para que os povos vivam em paz, na justiça e na igualdade de direitos e deveres.

Considerando a mulher, vê-se que ela está cada vez mais presente na vida social, levando para além dos limites do ambiente familiar a sua valiosa contribuição como pessoa que é, e sempre com suas peculiares e profundas riquezas femininas.

Tanto a família como o mundo necessitam de uma mulher real e autenticamente emancipada, respeitada, madura e competente na profissão, reconhecida no seu papel público e domiciliar, para que ela possa injetar no ambiente político, cultural, educacional, etc., uma qualidade específica do seu gênio feminino.


Com palavras de um conhecido psiquiatra austríaco, discípulo de Freud, o vienense Viktor Frankl, há na mulher – no homem também de outra forma - aquilo que ele denominou de “poder de resistência do espírito”, isto é, a tenaz capacidade de reagir diante dos grandes valores humanos, a força para voltar a erguer-se e de reempreender o esforço necessário para comportar-se à altura da sua dignidade humana.

Se é verdade que o ser feminino e o ser masculino são portadores de igual dignidade e de igual responsabilidade social e familiar, é preciso considerar que toda a sustentabilidade e desenvolvimento da grande família humana exigem que o valor total e real da mulher seja respeitado e colocado numa posição mais visível, para ser devidamente conhecido e admirado com respeito.

A mulher com sua dimensão feminina têm na sua sexualidade uma propriedade da sua pessoa, que a informa substancialmente no modo de ser e de atuar ao lado do homem, mas jamais pode ser considerada apenas como um corpo orientado somente para o sexo.

O verdadeiro papel social da mulher ao lado do homem não é ser uma reprodutora. A mulher, com sua tenacidade de espírito e com sua delicada ternura, com sua generosidade incansável e com sua agudeza de inteligência, com sua capacidade de intuição e com seu amor concreto pela outra pessoa, é a pessoa que no seu gênio feminino alicerça profundamente o projeto de Deus para a grande família.

Consideremos a Beata Irmã Dulce dos Pobres, a Beata Madre Teresa de Calcutá, tantas mães de família, outras mulheres que exercem a medicina, a política, a enfermagem, a pedagogia, etc., as meninas e as jovens que se dispõem a um trabalho de voluntariado em ambientes pobres e violentos. Todas essas mulheres, conhecidas e anônimas, no celibato e no casamento, na família e no ambiente profissional e social, estão construindo um mundo melhor e mais justo, só por causa da solidez e da firmeza do seu gênio feminino.

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