quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Casais dirão 'sim' na Catedral

Aproximadamente 230 casais terão a oportunidade de dizerem o ‘sim’ em um casamento celebrado pelo arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, no dia 5 de dezembro, na Catedral Metropolitana. É a primeira vez que acontece um casamento comunitário em nível arquidiocesano no Rio e com um grupo tão grande de casais. A média em geral é de até 40.
O projeto, chamado "Dia do Sim", faz parte de uma parceria da Arquidiocese do Rio com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj). O objetivo é regularizar, de forma gratuita, a situação civil e religiosa de casais que já vivem juntos.
Segundo a coordenadora da ação, juíza Raquel de Oliveira, da 6ª Vara Cível do Fórum de Jacarepaguá, o intuito é dar continuidade à parceria com a arquidiocese e promover mais casamentos comunitários abrangendo as duas instâncias. Foi ela quem, em nome do TJ-RJ, procurou o bispo auxiliar Dom Paulo Cezar Costa para propor o projeto. Apesar de o Tribunal já fazer o casamento civil, percebeu-se que muitas pessoas tinham o sonho de se casar na Igreja.
"É uma forma de proporcionar às pessoas a plena cidadania. A demanda é grande, e queremos ajudá-las. É uma dívida do Estado e da Igreja para com elas", afirmou a juíza.
Para o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio Dom Paulo Cezar Costa, que organiza a parte religiosa, esta ação fortalece a instituição familiar em uma sociedade que passa por uma crise de valores.
"Uma união sem o matrimônio civil e religioso forma um laço frágil entre um homem e uma mulher. Quando essa união tem uma legalidade diante da lei e é um sacramento diante de Deus, ela se torna mais consistente para os cônjuges e para os filhos. A família é uma instituição fundamental para a sociedade", comentou o bispo.

Preparação
Ao longo deste ano, cerca de 40 juízes atenderam aos casais para a conversão da união estável em casamento civil. Nesse processo, é garantido aos cônjuges que a data oficial do casório, impressa na certidão, seja a mesma do início da convivência. A certidão será entregue no dia do matrimônio religioso.
“Com esse casamento, a Igreja favorece o amor do casal, a importância da família e a vivência da fé em todas as dimensões, principalmente na dimensão conjugal. Eu tenho encontrado, nas entrevistas que tenho feito, casais de fé que não se casaram principalmente por dois motivos: quando jovens não podiam pagar e agora têm vergonha de contar ao pároco que não são casados. Para se ter uma ideia, o casal mais velho que temos é de um senhor de 84 anos com uma senhora de 64”, afirmou o coordenador arquidiocesano de pastoral, monsenhor Joel Portella Amado, um dos organizadores. “A maioria das pessoas tem o sonho do casamento religioso. E para muitas esse sonho é bloqueado porque eles acham que casar na Igreja é caro. O que não é uma realidade”, concluiu.
No dia 14 de novembro, houve um encontro de preparação para que os casais pudessem entender a dinâmica do casamento comunitário, que é diferente de quando é feita com apenas um casal. Nesse dia haverá grupo de oração para preparo espiritual e um bazar: uma sala com todos os tipos de itens de vestuário utilizados em casamentos, alguns doados e outros que serão vendidos por lojas parceiras a um preço mais acessível.
Segundo monsenhor Joel, igrejas do Brasil inteiro estão sendo mobilizadas para o envio dos documentos necessários. E algumas das pessoas ainda não se casaram porque são imigrantes.
“São tantas histórias bonitas que ouvimos nas entrevistas que às vezes dá vontade de ficar só contemplando a história. E é um trabalho interessante porque estamos mobilizando muita gente por um único objetivo: facilitar essas uniões”, pontuou o sacerdote.

Fonte: Jornal Testemunho de Fé, pág. 7

Nenhum comentário:

Postar um comentário