Perante o Supremo Tribunal Federal, a ADPF
442 pretende descriminalizar o aborto até 12 semanas de gestação.
Neste dia 2 de agosto, todas as igrejas
católicas do Estado do Rio de Janeiro estão soando sinos, em clamor de uma só
voz. No dia 3, inicia-se audiência pública no STF sobre esse candente tema.
A ADPF 442 pretende deslocar o debate cidadão
sobre o assassinato via aborto do Congresso para o Tribunal, quando tribunais
não são criados para elaborar leis. Ela encerra um pedido impossível, que é
retirar do Parlamento a prerrogativa de ouvir o povo e legislar, e transferi-la
ao Supremo, que deve guardar a Constituição e as leis, e não revogá-las.
O procedimento adotado pela Corte Suprema
permitirá que a iminente audiência pública, se não for adiada, leve à falsa
impressão de que a cultura da morte de inocentes indefesos deitou raízes
majoritárias no Brasil. O volume de falas é desproporcional: 29 expositores
pró-aborto escalados, sendo que até vozes estrangeiras pró-morte terão vez. Por
outro lado, menos da metade dos admitidos a falar são instituições brasileiras
pró-vida, em iníqua disparidade de armas, incompatível com a igualdade e a
democracia.
Em debate, a obra do Constituinte pela
dignidade e inviolabilidade da vida humana, desde a concepção até a morte
natural, como decorre da Biologia. Tema relevante para a sociedade brasileira,
o Congresso Nacional já rejeitou expressamente o aborto, tão condenado em
recentes debates na Casa.
Em respeito à vontade do povo, diante até do
renovado Congresso que será eleito, recomenda-se aguardar novos debates sobre a
vida e o aborto. A vida frágil no seu começo e fim reclama proteção.
Na véspera da audiência no STF, por quem os
sinos dobram? Os sinos dobram pelas vidas inocentes e indefesas da nação
brasileira.
José
Marcos Domingues é presidente da União dos Juristas Católicos do Rio de Janeiro
Fonte: https://oglobo.globo.com/opiniao/por-quem-os-sinos-dobram-22943005?utm_source=Facebook&utm_medium=Social&utm_campaign=compartilhar
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