segunda-feira, 18 de março de 2013

Dia do Direito à Vida

O dia 25 de março seria só mais um dia do ano 2013, se não existisse no Brasil e no mundo a presença triste e malévola da cultura da morte, que gera ondas de violência contra crianças ainda no seio materno, contra jovens através das drogas, do álcool, que leva a ataques constantes à dignidade humana, que lesa a população privando-a dos recursos públicos básicos na área da saúde e que abandona muitos idosos e enfermos no final de suas vidas.
Essa jornada convida a todo o povo católico para uma reflexão mais séria e para ter muitas iniciativas, pessoais e públicas, que revelem um desejo dos brasileiros para o nosso país: Sim à Vida, Não à Morte!  A fim de facilitar tal ponderação e para inspirar tais iniciativas, proponho os seguintes itens:
1. A construção da cultura da vida deve ter seu alicerce principal na família, berço da vida e do amor, onde qualquer pessoa é acolhida e querida como dom de Deus.
Perguntemo-nos: que podemos fazer em favor de famílias, especialmente daquelas que têm pessoas passando dificuldades econômicas, que sofrem com os jovens enveredando pelo caminho do álcool e das drogas, que se enganam com a propaganda do sexo “seguro” e permissivo?
A resposta é somente uma e, atualmente, não dá mais para esperar outra.
Defender e promover a vida humana desde a sua concepção até seu término natural, construindo, assim, a família sobre a base sólida do amor-doação e do afeto profundo entre pais e filhos. A construção da cultura da vida reclama das instituições públicas uma política educacional que considere sobretudo a aberta e reta formação para os valores humanos, entre os quais encontra-se a religião, elo essencial entre o Criador da vida e as criaturas vivas.
Não se constrói, nem se promove, nem se defende e nem se valoriza a vida humana sem o senso religioso presente na educação das crianças e da juventude. Uma escola sem Deus é uma escola contra a vida dessas novas gerações, já tão impactadas pela violência dos vídeo games, dos filmes e da violência dentro da própria  casa e pelas ruas por onde elas andam.
O que podemos fazer em favor da educação infantil, juvenil e universitária para que todos tenham a consciência de que só existe paz e ordem pública onde há o devido respeito ao semelhante e à natureza viva?

Não basta denunciar os males públicos. Estamos na hora de anunciar os valores que preservam a humanidade e o seu bem maior: a pessoa humana educada.
A construção da cultura da vida pede ao povo brasileiro que use todos seus direitos e deveres políticos para conscientizar aos seus governantes, aos seus legisladores, aos seus magistrados e desembargadores, que o favorecimento da cultura da morte é um grave atentado não só à vida, mas à democracia que eles tanto pregam e defendem.
Leis, decretos e liminares feitos com o único objetivo de matar crianças em gestação, sobretudo se elas sofrem de doenças incuráveis, anestesiam a mentalidade do povo, e este acaba sendo cada vez mais insensível ao bem do próximo.
O que podemos fazer para acompanhar mais de perto aqueles representantes do povo, eleitos num clima de democracia, para que eles sejam, de verdade, promotores da vida humana e defensores da vida da natureza?
Pensemos agora – não na época eleitoral – como podemos influenciar os nossos vereadores, deputados, prefeitos, governadores nas suas atuações política, dando-lhes informações mais científicas e mais verdadeiras sobre a pessoa humana e seus bens vitais, para que ela seja defendida e protegida contra os que só querem “roubar” a sua dignidade humana, contra os que só querem impedir que histórias de tantos bebês sejam escritas com suas vidas num livro que será lido pelas futuras gerações.
Constrói a cultura da vida quem tem presente que um dia todos iremos comparecer diante do Criador do Universo, e teremos que prestar contas da “árvore da vida” que nos coube cuidar e de quem se espera frutos abundantes.
Sem a consciência do juízo divino não se promove, nem se defende, nem se valoriza, nem se legisla, nem se julga, nem se atua com dignidade sobre a saúde do próximo, nem se protege o moribundo, nem se abre à maternidade e à fraternidade, nem se vive e nem se goza da vida, se tudo é abortado com a morte.
A cultura da vida é uma cultura que nasce da fé no Criador, no Redentor e no Juiz da História dos homens e das mulheres que fazem parte de um mundo realmente justo, solidário, pacífico, realmente humano.

Dom Antonio Augusto Dias Duarte
Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro






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